Morre lentamente,
quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente,
quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente,
quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajecto, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma cor nova ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente,
Morre lentamente,
quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente,
quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco, e os pontos sobre os iss em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente o que resgata o brilho nos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente,
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva que cai incessante.
Morre lentamente,
quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não lhe responde quando lhe perguntam algo que não sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.
Pablo Neruda era um poeta chileno, que viveu entre 1904 e 1973. O seu nome de bapt
ismo é Neftalí Ricardo Reyes Basualto e só em 1946 adoptou oficialmente o pseudonimo Neruda. Entre os varios premios literarios distingue-se o Premio Nobel da Literatura em 1971 , atribuido quer pelas suas qualidades poeticas quer pela defesa da dignidade humana. Viveu exilado durante muitos anos por causa das suas actividades politicas contra o regime opressor do seu pais natal.Morre em Paris, amargurado com o golpe de estado vitorioso de Pinochet contra o governo de Salvador Allende.

Resumindo a sua obra literaria podemos dizer que se divide em 4 vertentes distintas:
- poemas de amor
- poesia voltada para a solidão e a depressão
- poesia épica e política
- poesia do quotidiano
7 comentários:
Adoro Neruda... visitei uma de suas casas (hoje é museu), em Santiago-Chile, no ano passado.
O texto é lindo e faz pensar...
Gosto muito, também, deste seu "jorro de palavras" e eu é que agradeço por ter acesso a seu blog!
Você não acha que escrever é terapêutico?
bjs
É lindo, há dias enviaram-me um email com este poema e imagens.Faz-me pensar em tanta coisa.Acabei por publicá-lo na minha página do hi5.
É sempre bom voltar a lê-lo.
Beijinhos
Olá!
Venho convidar-te a conheceres o meu cantinho...espero a tua visita!!!
Beijo
Rute, nova biju
Olá!
Venho convidar-te a conheceres o meu cantinho...espero a tua visita!!!
Beijo
Rute, nova biju
este silêncio todo neste blog... sei não... acho que vem aí uma enxurrada de novos trabalhos e cores!
vou esperar pra conferir!
bjs
Sao, você é uma querida!
sinto falta do seu jorro de palavras!
bjocas
Namaste! Deixei um miminho para ti no meu blog :). Bjinhos
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